FRANÇA País europeu banhado pelo Oceano Atlântico e pelo Mar Mediterrâneo, que tem fronteiras com Bélgica, Suíça, Itália, Principado de Mônaco, Luxemburgo, Alemanha, Espanha e Andorra. Separado pelo Canal da Mancha, faz divisa marítima com a Grã-Bretanha. Seu nome deriva do latim Francia, país dos francus (nome de povo germânico).
A região onde hoje está localizada a França aparece na história ocidental com a presença dos gregos em Massilia (a atual Marselha), em 600 a.C. Encontraram ali os celtas, ocupantes deste o início do Século VIII antes da era Cristã. Em 121 a.C., o domínio romano começa a se estender sobre o território da chamada Gália, poder este que é consolidado por Julio César, em sua vitoriosa campanha realizada entre 57 e 52 a.C. Na ocasião, o general romano venceu as forças rebeldes chefiadas pelo chefe gaulês Vercingetórix e iniciou a divisão da Gália em províncias sob o controle de Roma. Ao longo de três Séculos, gauleses bárbaros e latinos forjaram a civilização gálico-romana. Com a romanização da região, o latim foi adotado como língua local. Todavia, a cultura celta ainda permanecia enraizada nos costumes do povo.
A partir da segunda metade do Século III da Era Cristã, tribos de alamanos e francos ultrapassam fortificações romanas no Reno e começam a se estabelecer na Gália. A tribo germânica dos francos provavelmente teve origem na região da Panônia (situada na atual Hungria). Em meados do século IV, o imperador romano Juliano cedeu a Gália aos francos, integrando-os ao Império como aliados federados. Com este ato, Juliano pretendia amenizar os constantes atritos envolvendo os francos. As modernas fronteiras francesas são muito semelhantes às fronteiras da antiga Gália.
A França está entre os protagonistas de alguns eventos marcantes a história da humanidade, como: o feudalismo; as Cruzadas; o Renascimento e da expansão do mercantilismo após os grandes descobrimentos.
Ao longo do século XVII, tornou-se uma forte potência européia e ultramarina. Muitos historiadores creditam este fortalecimento aos atos dos cardeais Richelieu e Mazarino, renomados conselheiros reais. Paradoxalmente, o grande crescimento econômico insuflou, na burguesia, o ressentimento por estar afastada da direção do país.
No século XVIII, a França envolveu-se em dispendiosas guerras, ao passo que investia numerosas somas na sua rivalidade com a Inglaterra. Além disso, sua política de privilégios concedidos ao clero e nobreza gerava crescente insatisfação do chamado: Terceiro Estado. Em 1789, os representantes do povo nas Cortes convocadas por Luís XVI proclamaram a constituição da Assembléia Nacional, o primeiro passo na direção da monarquia constitucional. Contudo, Luís XVI não se mostrou disposto a colaborar com esta reforma política, provocando uma reação violenta por parte da população, insuflada pela burguesia, cujo clímax se registrou com a tomada da Bastilha, em 14 de Julho de 1789. Em 4 de agosto deste ano foi estabelecida a igualdade civil, aboliu-se o feudalismo e proclamaram-se os Direitos do Homem. Fez-se então, com a Assembléia Legislativa (1791-1792), uma tentativa de monarquia constitucional, que fracassou, ocasionando a queda da realeza (10 de agosto de 1792). A Convenção (1792-1795) salvou a França da invasão estrangeira, após período no país. Contudo, a fraqueza dos sucessivos governos abriu caminho para o governo de Napoleão Bonaparte, que organizou uma administração centralizada e sancionou, no Código Civil de 1804, as reformas de 1789. Daí, podemos avaliar que a Primeira República (1792-1804), criada após a queda da monarquia Bourbon, durou até o Primeiro Império (1804-1814), sob o domínio de Napoleão I, quando a França tornou-se a potência política dominante na Europa.
Durante seu governo, Napoleão uma das figuras mais emblemáticas da História Mundial de todos os tempos - travou uma incessante luta contra as demais potências européias. Os gastos com as guerras, os recrutamentos militares e a queda nos lucros da burguesia o tornaram bastante impopular. Depois da queda de Bonaparte, após a derrota em Waterloo, os Bourbons reinstalaram-se no trono - Luís XVIII (1814-1824) e Carlos X (1824-1830) - apesar de uma breve tentativa de restabelecimento do Império (os Cem Dias, em 1815).
A monarquia durou até a abdicação de Luís Filipe (1848). Nesta ocasião foi criada a Segunda República. Contudo, ondas de revoltas operárias serviram como justificativa para lançar novamente a República nos braços do conservadorismo. A Segunda República durou até 1852, quando Napoleão III proclamou o Segundo Império (1852-1870). Deu-se então a expansão do império francês, particularmente no sudeste asiático e no Pacífico.
A captura e exílio de Napoleão III, bem como a derrota francesa na guerra franco-prussiana selaram o fim do Segundo Império, dando lugar ao surgimento da Terceira República (1870-1940). Após o seu fortalecimento, após as eleições de 1879, o país só se estabilizou 1899, com a subida ao poder de uma coligação entre o Partido Radical e o Partido Moderado, permitindo um período de desenvolvimento econômico e social que seria interrompido em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial.
Sua situação financeira voltou à estabilidade em 1928, apresentando bons índices de crescimento. Contudo, a crise mundial de 1929 lançou a França novamente num quadro de crise e instabilidade econômica, que foi agravada pelas lutas partidárias e pela inconstância ministerial. A política externa francesa, durante a década de 1930, foi pontilhada por conflitos diplomáticos com a Alemanha, ainda ressentida pelas humilhações impostas pelo Tratado de Versalhes. A situação se agravou em 1938, quando a Alemanha nazista anexou a Áustria, depois os Sudetos e a Tchecoslováquia (1939). Quando os exércitos alemães penetraram na Polônia, França e Inglaterra declararam guerra ao Reich (3 de Setembro de 1939), iniciando a Segunda Guerra Mundial. A Terceira República caiu em maio de 1940, após a derrota para a Alemanha de Hitler e a destituição do presidente Albert Lebrun.
O norte da França foi ocupado pelos alemães; a França não-ocupada estava sob o governo colaboracionista de Vichy, sob a liderança do marechal Philippe Pétain, e o governo da França Livre foi proclamado em Londres. Na zona livre, em Vichy, a maioria da Assembléia Nacional concedeu plenos poderes ao marechal Pétain para elaborar uma nova Constituição do "Estado francês". O governo de Vichy adotou uma política de colaboração com os vencedores, que aumentaram sua influência sobre o país, apesar da Resistência Francesa.
Em maio de 1943, o general De Gaulle chegou a Argel: um Comitê francês de libertação nacional foi criado em 3 de Junho de 1944 e transformado em governo provisório da República Francesa. Em 6 de Junho de 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia e avançaram em direção a Paris, libertada em 25 de Agosto deste ano. Até 1947, a França foi governada pelo Governo Provisório. Em desacordo com a maioria da primeira Assembléia Constituinte, o general De Gaulle pediu demissão em janeiro de 1946. Seguiu-se o estabelecimento da Quarta República com Vincent Auriol como presidente. O conflito indochinês (1946-1954), a agitação na Tunísia (1952) e no Marrocos (1953-1956), o desenvolvimento, a partir de 1954, da rebelião argelina, deterioram progressivamente a autoridade da Quarta República, que sofria ainda o aumento da inflação. Em maio de 1958, manifestou-se uma crise governamental particularmente grave, enquanto em Argel se criava um "Comitê de Salvação Pública". Em 1º de junho, o general De Gaulle foi chamado à presidência do Conselho, instaurando a Quinta República.
Apesar de sua vitória em ambas as Guerras Mundiais, a França sofreu com enormes danos sobre seu império colonial, economia e população. Estes fatos provocaram perdas no seu status de nação dominante no cenário mundial. Contudo, a França está no centro da construção da União Européia e, por seus próprios meios, tornou-se uma potência mundial. Atualmente está no poder o presidente Nicolas Sarzoky, tendo como primeiro-ministro, François Fillon.
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